terça-feira, 16 de agosto de 2011

As redes sociais e o futuro

Faz tempo que o mundo mudou. Faz tempo que ele acontece também numa tela, aquela que ficamos horas na frente. O futuro está cada vez mais nessa  tela, as pessoas se mudaram, ou estão se encontrando, ou apenas dando um oi, ou querendo ver o que há de novo sob esse céu.

É sobre esse espaço, o virtual, que  Pierre Lévy debruça indagações, responde-as e as redimensiona. Estamos mais que nunca, como uma unidade, construíndo nossa identidade coletiva global, a partir do que sabemos e compartilhamos, construímos uma inteligência plural, uma inteligência coletiva.

Repasso aqui o link de uma importante entrevista do Guru do universo virtual  Pierre Lévy.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O Socialismo Utópico

Análise Crítica
BUBER,  Martim. O Socialismo Utópico. Tradução de Pola Civelli. São Paulo: Perspectiva, 1986.
Análise Crítica (By Zhubenedicty, 2007)
Buscando igualdade social, no intuito de homogeneização das massas, nasce o Socialismo Utópico. A priori frágil e falível. Frágil por não considerar o “ espírito das ciências” (MARX). Falível por não acontecer em todos os âmbitos, por não ter sua estrutura sistematizada. Sob essa perspectiva, perecível, o socialismo utópico é rechaçado pelos socialistas ditos científicos (que mais tarde adotaram o termo utópico). Aí, o filósofo Buber, tenta abordar a essência do significado utopismo. Ele classifica os utopistas de imaginários. E explana as acepções pertinentes de utopistas á época de introdução do capitalismo. Tais acepções confluíam, por vezes, se completavam por outras, ou eram dissociadas, distintas. O mundo então dava início a uma guinada sócio-político-cultural. O modo de produção se focava agora para a indústria, os costumes e modos de conceber bens, tudo estava em fase mutante, surgiria assim uma nova classe, subordinada á outra superior, de certo. O proletariado Era a nova classe e produzia para o logro do sistema capitalista. Idealistas como Owen aplicaram seu sistema utópico e declinaram por terem bases mal-estruturadas, por não haver formatação nem da indústria, nem do proletariado. Para tanto, os teóricos aí citados conjugaram conceitos para se planejar formas em que o povo era governo de si, todos comungavam de deveres e direitos equivalentes. Influenciaram os demais pensadores. Enfim foi contemplando uma história, cujo contexto fatídico de opressores e oprimidos, que despontou o socialismo utópico, ainda que inviável na logística do capitalismo, permeia mentes contrárias ao sistema vigente, opressor e insensível, onde o quantitativo de produção é que é de fato relevante, e não o trabalhador, a este não cabe sequer resignar-se, porque as vertentes da indignação levam á sarjeta, ao nada, a exclusão, a perda de direitos cujo pretexto é a manutenção do sistema. Com efeito, igualdade, liberdade e fraternidade não são remissivas do sistema capitalista, pois nele as classes apresentam-se múltiplas, pensar em paridades parece – me utopia.


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Sobre desenvolvimento e formação de coleções

A formação e desenvolvimento de uma coleção, independente do tipo de material que irá compor o acervo da unidade de informação, exigem do profissional da informação  (Bibliotecário, Gestor da Informação) habilidades para a realização dessa função, algumas vão desde técnicas e instrumentos  aprendidos e apreendidos durante a sua estada na Academia e posteriormente desenvolvidas com o passar do tempo, outras, no entanto, estão relacionadas com a intuição ou  a percepção que o profissional tem de si e do que ocorre a sua volta.

A formação e desenvolvimento de uma coleção é, antes de qualquer coisa, um ato de planejamento. De acordo com o dicionário Aurélio, planejar é fazer o plano ou planta de; projetar, traçar. A partir dessa premissa, podemos inferir que sem um bom planejamento todo o trabalho feito torna-se-a nulo ou ineficaz, ou seja, é primordial que o bibliotecário responsável pela seleção, formação e desenvolvimento de coleções esteja consciente de que está inserido em um processo do qual é peça fundamental.



È importante também salientar que a unidade de formação, seja “independente” ou subordinada a uma instituição, recebe influência de fatores externos da mesma forma como também afeta o meio ambiente externo. Todos os processos que decorrem dessa troca de influencias e outros das mais variadas natureza afetam o trabalho do bibliotecário.


A partir desse ponto já podemos começar a traçar alguns parâmetros ou ainda habilidades que um bibliotecário deve ter para tornar-se um selecionador. Tomemos como exemplo um profissional que esteja responsável pela formação e desenvolvimento de uma coleção de Filosofia em uma biblioteca universitária.
Como já foi dito é preciso que o bibliotecário tenha um plano bem definido sobre como irá proceder para a formação de sua coleção, este plano abrange os aspectos técnicos e tecnológicos, de material, de pessoal e outros. Em relação às habilidades intrínsecas ou aquelas que foram aprendidas durante a Academia e que ao vão sendo desenvolvidas ao longo do tempo, e especificamente para o desenvolvimento de uma coleção de Filosofia (e que pode ser utilizadas para a seleção nas demais áreas do conhecimento, guardando-se as devidas proporções) podemos destacar:
• È primordial que o bibliotecário saiba qual a definição de filosofia
O termo filosofia tem origem no grego phílos ("amigo", "amante") e sophía ("conhecimento", "saber") e existem tantas definições quantas são as correntes filosóficas. Aristóteles a definiu como a totalidade do saber possível que não tenha de abranger todos os objetos tomados em particular; os estóicos, como uma norma para a ação; Descartes, como o saber que averigua os princípios de todas as ciências; Locke, como uma reflexão crítica sobre a experiência; os positivistas, como um compêndio geral dos resultados da ciência, o que tornaria o filósofo um especialista em idéias gerais.
Para muitos pensadores, ou filósofos, a Filosofia é mais que uma ciência, ou seja, ela transcende a designação “ciência”, para se atribuir como algo independente do universo científico. Segundo Morente (1980), Filosofia é mais que um estudo, é uma convivência.
• Manter um bom diálogo com o corpo docente especializado na área,
ou seja, com o coordenador do curso, os professores da instituição na qual está inserida a sua unidade, para que estes o ajudem, indicando a bibliografia mínima que utilizam em sala de aula, o que poderá servir de base para o bibliotecário, especialmente quando este não possuem experiência quanto a seleção de títulos para a formação de coleções.
• Conhecer as principais correntes ou escolas filosóficas
Podemos citar: a Filosofia Grega; a Filosofia Medieval; a Filosofia Escolástica e a Filosofia na atualidade, a Filosofia Oriental, a Filosofia Analítica, a Filosofia Indiana, a Filosofia pós-moderna, a Filosofia do Neo- Pragmatismo, o Marxismo, (não cabe no momento uma explanação maior sobre a origem e a atuação dessas correntes filosóficas).
• Conhecer as etapas em que a Filosofia está dividida
A Filosofia Grega, por exemplo, divide-se em duas épocas: o período pré-socrático e o da maturidade, representado este, fundamentalmente, pelas obras de Platão e Aristóteles.
• Conhecer os principais filósofos ou autores clássicos e contemporâneos de filosofia e sua visão, e ter no mínimo conhecimentos básicos sobre a vida e sobre as obras desses autores. Por Exemplo, Sócrates não deixou nenhum registro escrito, seus ensinamentos só são conhecidos através da obra de seus discípulos, Platão e Xenofonte.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

A SOCIEDADE NO HOMEM

Aqui chegamos com um resumo  de mais um capítulo do livro PERSPECTIVAS SOCIOLÓGICAS.

BERGER, Peter L. A perspectiva sociológica – a sociedade no homem. In: ___. Perspectivas sociológicas : uma visão humanística . 21. ed. -. Petrópolis: Vozes, 2000. 202 p. ISBN 8532605079 : (broch.). P. 106-136.

O preconceito é uma característica que convence o indivíduo a ser o que ele poderia não ser: “um menino tido como bobo, tornar-se bobo”. Um ator, cujos pais tenham uma sólida e renomada carreira, sofre com a pressão social que pede, ou o obriga a ser tão bom quantos seus pais. Em uma única atitude infeliz, todas as anteriores, embora tenham sido lícitas, logo são esquecidas,  o passado mudou, está enterrado pela má ação praticada no presente, “As outras identidades são esquecidas enquanto durar essa cena”. Nos colorimos seguindo a cor sugerida pelo controle social. “Uma pessoa tem de mudar de rosto como muda de roupa”. As estruturas sociais selecionam pessoas para seu funcionamento.
 A segunda investigação diz respeito a sociologia do conhecimento. O sociólogo, não se convence quando a razão de um evento antes de conhecer o contexto ao qual este ocorreu. Cada qual tem um mundo diferente, sua própria razão. A teoria do conhecimento tem origem européia, termo usado por Max Sheler. Assim como os homens, as idéias têm localização social. A teoria do grupo de referência, oriundo da sociologia americana, surgido nos anos 40 do século xx, O grupo de referência seria aquele que representa a “coletividade cujas opiniões, convicções e rumos de ações são decisivos para a formação de nossas próprias opiniões, convicções e rumos de ação”. Ele subsidia um ponto de vista social. O vestuário e o comportamento são indicadores de qual grupo certo indivíduo toma como referente. A criança “internaliza” o que será no futuro. Berger inseri questões que nos levam a desconstruir a frase russeauniana, o homem não nasce livre, e as correntes são fortalecidas por ele mesmo. Berger insere que a figura do controle social parece colocar o indivíduo e a sociedade em posições antagônicas. Apesar disso, as pessoas querem repetir os outros, ser segundo as expectativas sociais. O autor examina três áreas de investigação e interpretação - a teoria do papel; a sociologia do conhecimento e a teoria do grupo de referência.
 De natureza americana, a primeira investigação, a teoria do papel, delineia-se sob o escopo da situação, a qual o autor pontua que a atuação, segundo às normas, existe porque há uma maioria sincronizada neste ponto convergente. Ou seja, pensam parecidamente. “A sociedade proporciona o script para todos os personagens”. As profissões ilustram esse cenário, umas aparentam mais status que outras; outras requerem certas formalidades; postura; comedimento nas atitudes. As ações também dão veemência às cenas, ajoelhar-se por exemplo. A personalidade também é atributo da sociedade. As brincadeiras infantis registram o ensaio do papel a ser concretizado pela criança quando esta se tornar adulta.

domingo, 1 de maio de 2011

ítalo Calvino e as cidades invísiveis

Livro recheado de palavras, significados e alegorias. Eu não quis procurar nenhuma resenha falando dele para compartilhar minha impressão pessoal, sem vestígios de outrem. Bem, o livro disseca cidades, as deserta, as multiplica, as povoa, as fetiliza.

São muitas cidades em várias palavras. A que mais gostei e mais real é a cidade de Leônia. Nesta, há impressa uma descrição do nosso cotidiano: nosso lixo de cada dia. Uma bela representação de cidades produtoras de lixo. A partir dessa ilustração cidatina podemos expelir várias discussões e reflexões sobre poluição, consumismo, reciclagem, etc.
Leônia é a cidade mais real que encontrei neste livro. Mas há muitas outras para serem degustadas. Vale a pena ler as cidades invisíveis!

domingo, 10 de abril de 2011

A SOCIEDADE COMO DRAMA

Do livro Perspectivas sociólogicas, trouxe uma resenha de um dos capítulos: A sociedade como drama.
Diferente do pensamento Russeauniano, Berger apresenta uma versão da vida do indivíduo, em que este já nasce dentro de um controle, de coordenadas e padrões estabelecidos. Jean Jacques Rousseau acreditava que o homem nascia livre, mas, por todos os lados encontrava-se acorrentado.
Concordo com Berger. Basta pensarmos numa sociedade de castas que fica muito bem ilustrado, que antes mesmo de nascer, o indivíduo já tem sua rota traçada. Filho de rei, vai ser pedinte?
Por outro lado, aqui no Brasil, podemos articular e negociar com o destino. De pedintes, podemos amanhecer presidentes, aqui o livre arbítrio é muito mais nosso  do que daqueles que nos precederam. Ainda bem! Do contrário, eu nem estaria aqui.


BERGER, Peter L. A perspectiva sociológica – a sociedade como drama. In: ___. Perspectivas sociológicas : uma visão humanística . 21. ed. -. Petrópolis: Vozes, 2000. 202 p. ISBN 8532605079 : (broch.). P. 137-. 166.
A “claustrofobia sociológica” apresenta dificuldade de proporcionar algum alívio ao indivíduo. O mistério é encontrado diariamente” e a “Liberdade não é imprevisibilidade”. Não é aquilo sem causa aparente. Pensar os fragmentos da realidade e usar o espectro científico, resulta em barbarismo intelectual – O autor enverga críticas aos cientistas americanos. O discernimento subjetivo não deve se sobrepor à racional interpretação científica. Conforme o texto, podemos co-definir a situação social em questão; colaborar com a manutenção de uma situação particular. “A existência marginal na sociedade, segundo Berger, é já um “indício” de que a coerção social não é, de todo, falível. Ou seja, e´ possível uma via desgarrada do claustro construído pela sociedade. “Construir-se pela pessoa” e não pelo que assevera a sociedade. O carisma é tratado como um exemplo dessa construção. Mas nada se pode desvincular completamente do passado, como a linguagem e o conhecimento adquirido. A arte e a religião são meios de se desnortear do controle social. Contudo, a primeira, como insere Berger, pode solicitar uma condição econômica favorável. Já a religião é um exílio, também, que promove um discurso contra o ancien regimen. Todavia, o autor alerta para a questão iminente do restabelecimento do que fora combatido. O novo sempre vem e diz que somos os mesmos, isso se ratifica quando readotamos o antigo regime. A sociologia industrial é o melhor cenário para a subversão; o antídoto para a depressão sociológica. Entre os possíveis “êxtases”, pontua-se o da alternação – em que o indivíduo muda de posição no sistema social. O Êxtase é mais provável em ambientes urbanos, na concepção do autor. A atuação pode se dá como de forma entusiasmada ou com má vontade. As máscaras do mundo sério ou lúdico não se diferem tanto. Isso é uma habilidade política. No fim, a sociedade tem um caráter lúdico, ou seja, da representação. Pressupondo o homem como ser livre, discute-se a visão de autores como Gehlen, o qual interpreta a figura das instituições como “meios de canalização da conduta humana”. Diferente dos animais, os humanos podem escolher. Agir de má fé ilustra o poder de escolha. Nesse contexto a má fé é vista como uma “sombra da liberdade”. Como Saber insere “estamos condenados à liberdade”. Sob o pensamento de Heidegger, Berger assinala que a sociedade aparece como uma defesa ao terror; um “mundo aprovado” para enfrentar o terror com calma. O “man”, desconhecido e indeterminado de Heidegger, nos deixa viver inautenticamente. Mas estar em êxtase é fugir, transcender; estender-se além sociedade, a sobrevivência, contudo, pode ser só uma possibilidade, pois, se na mata há lobos famintos, andar nela alheio ao medo pode ser bom e fatal; bom ou fatal, ou, apenas, fatal.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Ítalo Calvino e os clássicos

Em defesa dos clássicos, Calvino discorre um delicioso texto como aquelas caldas que cobrem o sorvete. O livro dialoga muito fluidamente com o leitor. O autor traz em sua eleição clássicos como a Odisséia, Robson Crusoé; autores como Jorge Luís Borges, Balzac, Dickens, Stendhal, Flaubert, entre outros. Vale a pena saber por que ler os clássicos, em sua quarta edição. 

Nas páginas prefaciais, somos presenteados com 14 definições  que legitimam os clássicos, entre as quais está esta:
Os clássicos são livros que, quanto mais pensamos conhecer por ouvir dizer, quando são lidos de fato mais se revelam novos, inesperados, inéditos (Calvino, 1993, p.12)


No mais, boa leitura!

quarta-feira, 23 de março de 2011

A informação tava alí e eu não vi

A informação tava alí e eu não vi. Tá na célula que o especialista bem vê pelo microscópico. Tá na pedra que é estudada pelo geólogo.Tá na folha observada pelo biólogo. E por aí em frente. As coisas possuem em si informações que não nos damos conta, as vezes. Esses são alguns exemplos. Michel Buckland escreve um texto Informattion as thing (Informação como coisa) que explana essa face da informação). Eis um pedaço do que resenhei:

BUCKLAND, M.K. Information as thing. Journal of the American Society for Information Science (JASIS), v.45, n.5, p.351-360, 1991.Tradução livre de Luciane Artêncio.


RESENHA
A informação é apresentada por Buckland sob três focos – informação-como-processo; informação -como-conhecimento; informação-como-coisa. O autor busca demonstrar que, a partir da discussão sobre a informação, sob esses três pontos, é possível definir um campo para a área da Ciência da Informação (CI). O termo “informação” denota-se de difícil definição, posto que a informação insere-se em todos os ambientes, fenômenos, ações, objetos, etc. Cintra et al (2003, p. 20) diz ser a informação “fluxo de mensagem”. Nessa assertiva, não se pode entender informação enquanto um dado bruto, sem valor agregado, como o uso, ou o incremento de outros objetos/informações.

Então, a informação olhada apenas como “fluxo”, não contempla a definição que Buckland denomina “informação-como-coisa”, a qual, além de dados, textos e documentos, compõe-se também por objetos e eventos. A informação-como-processo é indicada como a informação que informa e que modifica o conhecimento de quem é informado. Já a informação-como-conhecimento é aquilo que se percebe na informação-como-processo. Stonier (1990, p.21) citado por CAPURRO e HJØRLAND (2007, p.18) expõe a existência da informação “independente do pensamento humano”.
Nesse contexto, volta-se a perceber que um dado estático se conjuga como informação. Já Machlup citado por CAPURRO e HJØRLAND (2007, p.14) defende que “a informação é um fenômeno humano” em que pessoas transmitem e recebem mensagens “no contexto de suas ações possíveis”. Ou seja, há um ator mensageiro e um ator destinatário (receptor). É importante, ainda, editar a ocorrência da informação através da comunicação. Barreto (2005, p. 1) imprime que “informação referencia o homem ao seu destino”, quer dizer, ela dá significado à condição do indivíduo, no sentido de alterar sua percepção. Tal informação tem as características, definidas por Buckland como informação-como-conhecimento. E, essa informação-como-conhecimento é imensurável, “intangível”. Isso a distingue da “informação-como-coisa” a qual prever algo palpável como conhecimento, informação em forma física, como uma base de dados.

Portanto, rechaçar a informação-como-coisa, seria, conforme Buckland, ter a CI incompleta. Para ele, a informação-como-coisa é uma “evidência”, a qual pode ou não modificar a ação humana. Nesse sentido, podemos pensar num objeto multifuncional, o qual requer uma atenta leitura para sua complexa montagem, e que tem por dono uma pessoa que sequer sabe ler. Esse objeto será então uma coisa, sem utilidade, todavia que tem potencial para executar determinadas tarefas, se montado for corretamente.

... gon on


segunda-feira, 14 de março de 2011

Ciência e imaginação em minhas palavras



Não. Aqui não trarei palavras de outrem. Direi apenas o que percebo. Assim quero registrar um pouco do que penso da ciência e da imaginação. É claro que muitos autores muniram minhas conclusões, o  que percebi. Sim, eles me mantaram de muitas inferências e muraram solidamente algumas das muitas percepções que trarei. Essa herança se sedimenta com o passar do tempo. O amadurecer da mente diante de leituras...

Mas o que tenho a dizer de ciência e imaginação? Pergunto: Será que uma pode prescindir da outra? Será que a imaginação pré-existiu à ciência? Ou será que o homem, ao ver que podia representar o real e tocar com propriedade a natureza, dispôs-se a imaginar?

São conjecturas. Talvez bobagem tais perguntas.

Mas suponho que, observando e dando significados às coisas, o humano ousou imaginar, ou melhor, imaginar MAIS. O pássaro que voa... o homem que pode voar... num pássaro de aço...
O bicho que tem seu membro regenerado... o homem que formata condições de sobrevida, pernas, corações, olhos; condições de mais futuro, mais amanhãs, outros amanhãs...

Como se primeiro ele tivesse visto o mundo... ou as palavras o dessem tal lucidez;  como se elas lhe trouxessem à luz tudo que figura às nossas vistas...
Sim, este é um divagar curto; talvez sem sumo, talvez minúsculo. Não importa, somos as palavras que temos, sem elas, o que imaginar?

quarta-feira, 2 de março de 2011

Currículo Lattes

A Plataforma Lattes e´uma ferramenta muito útil para dimensionar e gerenciar informações sobre a pesquisa no País. Os pesquisadores que fomentam essa base propiciam à sociedade uma visibilidade, ainda que superficial, posto que ainda encontram-se dados sem muitos detalhes, dos temas estudados.

Para navegar: http://lattes.cnpq.br/ 

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Dissertação - que bicho é esse?

Com entusiasmo, dou início as primeiras linhas da minha dissertação. Um fase da vida que requer comprometimento e dedicação. Volta e meia, darei um giro por aqui para expressar meu estado de espírito. Vou precisar desse espaço para me distrair; para depois mergulhar de novo.

Aí vai uma boa e pertinente dica de leitura:


Esse Guia é muito valioso, pois, com linguagem simples trabalha alguns passos muito importantes para mestrandos e doutorandos.
Lá vcs encontarão essa citação:
“…We choose to go to the moon.
We choose to go to the moon in
this decade and do the other things
not because they are easy, but
because they are hard, because that
goal will serve to organize and
measure the best of our energies
and skills, because that challenge is
one that we are willing to accept,
one we are unwilling to postpone,
and one which we intend to win,
and the others, too. …”
Discurso de John F. Kennedy
Rice University Stadium
12 de setembro de 1962

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Organização da Informação - Dicionários

Dentro dos Sistemas de Organização do Conhecimento, os dicionários são considerados simples, pois não possuem facetas, nem criam relações entre si.  Mas são parte do contexto da organização e representação da informação.


Para investigar mais sobre conceitos de Sistemas de Organização do Conhecimento (SOCs) ver BRÄSCHER, Marisa; CARLAN, Eliana. Sistemas de organização do conhecimento: Antigas e novas linguagens. In: Jaime Robredo; Marisa Bräscher (Orgs.). Passeios no Bosque da Informação: Estudos sobre Representação e Organização da Informação e do Conhecimento – EROIC. Brasília DF: EROIC, 2010, v + 329 p. Capíitulo 8, p. 142-171. Edição eletrônica. Disponível em: http://www.ibict.br/publicacoes/eroic.pdf. (Edição comemorativa dos 10 anos do Grupo de Pesquisa EROIC).

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O LIVRO E A AMÉRICA - CASTRO ALVES

Vida curta, porém muito pungente. Apenas um trecho para lembrar a estrela que foi este poeta da fase combativa do Romantismo; essa  fase, a terceira do Romatismo, era de natureza engajada e Castro muito bem a representou.

Por isso na impaciência
Desta sede de saber,
Como as aves do deserto
As almas buscam beber...
Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n'alma
É germe — que faz a palma,
É chuva — que faz o mar.


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

OSMAN LINS - o homem de olhos azuis, o prosador matemático

Essa biografia comprei na bienal de 2005, Olinda - PE. Regina Me encontrou no orkut, muito simpática.

Osman Lins: Uma Biografia literária


Biografia literária sobre a vida e obra do escritor e “prosador matemático” Osman Lins, ressaltando como sua obra foi influenciada por determinados aspectos de sua vida. O objetivo da biografia é esclarecer como se deu a criação de suas obras considerando as fases pessoais de Osman.


A biógrafa utilizou entrevistas públicas do escritor, artigos escritos por ele, uma parcela de sua correspondência, documentação de seu arquivo particular, contatos pessoais com sua esposa e depoimentos de alguns de seus amigos e ex-alunos.


Inicia-se aludindo a um prefácio explicativo, ou seja, a autora, Regina Igel, fala sobre a configuração estrutural do livro. Em seguida, apresenta uma cronologia “essencial”.


Depois, divide-se em duas partes. A primeira, se volta para a história de vida de Osman e sua correlação com a obra do escritor. Apresenta-se dividida em quatro capítulos, sendo o primeiro um relato de seus primeiros dezesseis anos de vida, marcados pela ausência da mãe, que faleceu dias após o parto. Nessa época também tem destaque a dedicação e carinho de sua avó, “Mãe Noca”, e tia paterna, Laura, que exerceram papel de mães em sua vida e a influência masculina representada por seu tio Antônio Figueiredo. Seu relacionamento com os membros da família se tornaram a base de sua ficção. Em inúmeras ocasiões, Osman transforma seus parentes em personagens de suas obras, mantendo suas características reais.


O segundo capítulo se refere à sua mudança para o Recife, época em que deu início a sua carreira literária.


 O terceiro e quarto capítulos contêm informações sobre os primeiros dez anos ( marcados pela intensa inquietude profissional, abertura mental, criatividade e reconhecimento de suas verdades interiores, manifestas em artigos, ensaios jornalísticos,conferências e entrevistas à imprensa) e os últimos seis anos que passou em São Paulo.
A segunda parte enfoca o estudo crítico do livro Avalovara e dos seguintes ensaios e crônicas: Marinheiro de primeira viagem; La paz existe?; Guerra sem testemunhas; Lima Barreto e o espaço romanesco; Do ideal e da glória e Evangelho na Taba.

IGEL, Regina. Osman Lins: Uma biografia literária. São Paulo: T.A. Queiroz; [Brasília, DF]: INL, 1988.



Ciência Tropical


No blog Cultura Solidária, que tem como um dos membros meu amigo Eurico, encontrei um texto sobre a ciência tropical e o Manifesto da Ciência Tropical, interessante; estou divulgando e compartilhando porque este tema interessa a todos nós. Lá vocês encontrarão mais detalhes, ok? 

fonte: http://culturafraterna.blogspot.com/ 

Eu lembrei da época em que foi institucionalizada a pesquisa escolar no Brasil, década de 70. Osman Lins tem um livro interessante sobre os PROBLEMAS INCULTURAIS BRASILEIROS... O nome do livro é Do Ideal e da Glória: Problemas Inculturais Brasileiros. Mas sigamos com o manifesto

Manifesto da Ciência Tropical: um novo paradigma para o uso democrático da ciência como agente efetivo de transformação social e econômica no Brasil
por Miguel Nicolelis

É hora da ciência brasileira assumir definitivamente um compromisso mais central perante toda a sociedade e oferecer o seu poder criativo e capacidade de inovação para erradicar a miséria, revolucionar a educação e construir uma sociedade justa e verdadeiramente inclusiva.

hora de agarrar com todas as forças a oportunidade de contribuir para a construção da nação que sonhamos um dia ter, mas que por muitas décadas pareceu escapar pelos vãos dos nossos dedos.
É hora de aproveitar este momento histórico e transformar o Brasil, por meio da prática cotidiana do sonho, da democracia e da criação científica, num exemplo de nação e sociedade, capaz de prover a felicidade de todos os seus cidadãos e contribuir para o futuro da humanidade.

No intuito de contribuir para o início desse processo de libertação da energia potencial de criação e inovação acumulada há séculos no capital humano do genoma brasileiro, eu gostaria de propor 15 metas centrais para a capacitação do Programa Brasileiro de Ciência Tropical.

A implementação delas nos permitirá acelerar exponencialmente o processo de inclusão social e crescimento econômico, que culminará, na próxima década, com o banimento da miséria, a maior revolução educacional e ambiental da nossa história e a decolagem irrevogável e irrestrita da indústria brasileira do conhecimento.

Estas 15 metas visam a desencadear a massificação e a democratização dos meios e mecanismos de geração, disseminação, consumo e comercialização de conhecimento de ponta por todo o Brasil.

1) Massificação da educação científica infanto-juvenil por todo o território nacional

2) Criação de centros nacionais de formação de professores de Ciência
3) Criação da carreira de pesquisador científico em tempo integral nas universidades federais

4) Criação de 16 Institutos Brasileiros de Tecnologia espalhados pelo país

5) Criação de 16 Cidades da Ciência

6) Criação de um arco contínuo de Unidades de Conservação e Pesquisa da Biosfera da Amazônia
7) Criação de oito “Cidades Marítimas” ao longo da costa brasileira
8) Retomada e Expansão do Programa Espacial Brasileiro

9) Criação de um Programa Nacional de Iniciação Científica
10) Investimento de 4-5% do PIB em ações de ciência e tecnologia na próxima década

11) Reorganização das agências federais de fomento à pesquisa
12) Criação de joint ventures para produção de insumos e materiais de consumo para prática científica dentro do Brasil

13) Criação do Banco do Cérebro

Um dos maiores gargalos para o crescimento da área de ciência e tecnologia no Brasil é a dificuldade que cientistas e empreendedores científicos enfrentam para ter acesso ao capital necessário para desenvolver novas empresas baseadas na sua propriedade intelectual.

Na maioria das vezes, esses inventores e microempreendedores científicos ficam à mercê da ação de venture capitalists, que oferecem capital em troca de boa parte do controle acionário da empresa em que desejam investir.

Para reverter esse cenário, o governo federal poderia criar o Banco do Cérebro, uma instituição financeira destinada a implementar vários mecanismos financeiros para fomento do empreendedorismo científico nacional.

Essas ferramentas financeiras incluiriam desde programa de microcrédito científico até formas de financiamento de novas empresas nacionais voltadas para produtos de alto valor agregado, fundamentais ao desenvolvimento da ciência brasileira e da economia do conhecimento.

Para isso, o governo federal deverá exigir que esses novos empreendimentos científicos sejam localizados numa das novas Cidades da Ciência. Joint ventures entre empreendedores brasileiros e estrangeiros também deverão ser estimuladas pelo Banco do Cérebro, seguindo o mesmo critério social.
14) Ampliação e incentivo a bolsas de doutorado e pós-doutorado dentro e fora do Brasil

15) Recrutamento de pesquisadores e professores estrangeiros dispostos a se radicar no Brasil


Conceição Lemes

in: Boca no Trombone
http://muitasbocasnotrombone2.blogspot.com/

ATIVAR NOVAS POSSIBILIDADES - Em busca do Método

Para os acadêmicos, Descartes é leitura imprescindível. Eu cá, pretendo relê-lo pra escrever minha dissertação. Toh muito feliz e entusiasmada. Eis um bom dia para começar a labuta intelectual e mandar ver no meu discurso. Ah, tem um filme biográfico sobre ele, soh que o diálogo é em italiano. Por falar em filme, vai rolar o filme Faroeste Cabloco, inspirado na música de Renato Russo, quero assistir!!! Que bom que estou com o estado de espítito UP.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

BIBLIOTECA DIGITAL MUNDIAL

Com o apoio da UNESCO eis que está nascendo a World Digital Library:
http://www.wdl.org/pt/  , vamos usufruir e navegar pelo conhecimento que está no mundo e nas estrelas digitais.




esse eh o layout

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Ciência e capitalismo

A pesquisa, bem como a ciência enquanto atividade organizada, ocorre sob a ótica capitalista, o que resulta em alta produção da literatura científica, mas não garante a qualidade desta. Fora isso, tem-se a implicação da pressão feita pelas agências de fomento à pesquisa sobre os pesquisadores. Discussão com teor semelhante está no artigo:
Prometeu Acorrentado: Análise Sociológica da Categoria Produtividade e as Condições Atuais da Vida Acadêmica
fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312005000100003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

Carlos Pena Filho - CPF Azullllllll

O poeta do Azul, teve merecida homenagem pelo Santander Cultural aqui no Recife, em janeiro deste ano.

Eis algumas fotos da exposição:

Aqui foi um curta inspirado nos poemas


Sobre o Bairro de São José


Cais de Santa Rita



Um cantinho azul


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Perguntas do brilho

Tinha aquela onda uma lágrima diversa?
E uma incumbência de ser triste?
Não percebi meus braços vazios?
Meus olhos vazios?
Meus dias longe do final?
Tinha o anjo também uma lágrima diversa?
Com o discurso de todas as decepções...
Tão longe, Meu Deus, ainda bem!
Meu coração caiu? Não!
Perdi-o na razão dos homens insubjetivos?
Mas o que queria eu do mundo?
O que esperar do mundo?
Eu planejo no nada, nem promessas conheço mais, acredito em minha ousadia.
O anjo vai devagar e a solidão chega primeiro?
Estar só é ver esse verão que arde mas não brilha...
Isso tudo é devaneio! 

A vida tem sempre um brilho, extremo...
dentro e fora de nós.
E eu permito este brilho inundando as coisas que me cercam.

domingo, 23 de janeiro de 2011

John Desmond Bernal

Cientista, professor de física. Figura importante no cenário científico do século passado. Refletiu sobre as conquistas da ciência, seu perfil institucional e industrial, bem como suas consequências.
ler:

BERNAL, J. D. Ciência e indústria no século XX. 1953. Ediciones Martínez Roca, S. A., 1973.

O Gênesis e a Ciência...

"Eis que o homem se tem tornado como um de nós, conhecendo o bem e o mal. Ora, não suceda que estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente."

Interessante notar que esse trecho bíblico muito se assemelha à conjuntura científica vigente. A vida já é retardada via medicamentos, substituição de órgãos, etc. A ciência soh não conseguiu ainda descobrir como tornar o humano eterno. Parece assustador, mas é uma realidade que foi acelerada no século passado. A esse respeito, recomendo o capítulo FEITICEIROS E APRENDIZES de Hobsbawn, no livro ERA DOS EXTREMOS.
Além desse tema, muitos outros, como as Guerras Mundiais, são tratados com crítica e reflexão.

MORE - Mecanismo Online de Referência

Pra quem gosta de organizar suas referências para recuperá-las para trabalhos a posteriori, eis o MORE; interessante para quem quer guardar todas as referências que usa, ou usou em tblhos acadêmicos.

fonte:
http://www.rexlab.ufsc.br:8080/more/

Linhas de Frida...

Amo cartas de amor. Essa é belíssima. Foi escrita na época em que o email ainda não existia. Mas eu acho que a questão não é o suporte, as mídias, é o sentimento, os conteúdos que estão ficando escassos nos corações dos homens e mulheres, tudo muito relativizado por juízos de valor, como a beleza...
VEJAM Q LINDOOOOO:
"Minha noite é como um grande coração batendo.
São três e meia da madrugada.
Minha noite é sem lua.
Minha noite tem olhos grandes que olham fixamente uma luz cinzenta filtrar-se pelas janelas. Minha noite chora e o travesseiro fica úmido e frio.
Minha noite é longa, muito longa, e parece estender-se a um fim incerto.
Minha noite me precipita na ausência sua.
Eu o procuro, procuro seu corpo imenso ao meu lado, sua respiração, seu cheiro.
Minha noite me responde: vazio; minha noite me dá frio e solidão.
Procuro um ponto de contato: a sua pele. Onde você está? Onde você está?
Viro-me para todos os lados, o travesseiro úmido, meu rosto se gruda nele, meus cabelos molhados contra as minhas têmporas.
Não é possível que você não esteja aqui.
(...)Minha noite é um coração de estopa.
Minha noite sabe que eu gostaria de olhar você, acompanhar com as minhas mãos cada curva do seu corpo, reconhecer seu rosto e acariciá-lo.
Minha noite me sufoca com a falta de você.
Minha noite palpita de amor, amor que eu tento represar mas que palpita na penumbra, em cada fibra minha.
Minha noite quer chamar você, mas não tem voz.
Mesmo assim quer chamá-lo e encontrá-lo e se aconchegar a você por um momento e esquecer esse tempo que martiriza. São quatro e meia da madrugada.
Minha noite se esgota.
Ela sabe muito bem que você me faz falta e toda a escuridão não basta para esconder essa evidência.
Essa evidência brilha como uma lâmina no escuro.
Minha noite quer ter asas para voar até onde você está, envolvê-lo no seu sono e trazê-lo até onde estou.
Em seu sono você me sentiria perto e seus braços me enlaçariam sem você despertar.
Minha noite não traz conselhos.
Minha noite pensa em você, sonha acordada.
Minha noite se entristece e se desencaminha.
Minha noite acentua a minha solidão, todas as minhas solidões.
O silêncio ouve apenas minhas vozes interiores.
Minha noite é longa, muito longa.
Minha noite teme que o dia nunca mais apareça, porém ao mesmo tempo minha noite teme seu aparecimento, porque o dia é um fio artificial em que cada hora conta em dobro e, sem você, já não é vivida de verdade.
Minha noite pergunta a si mesma se meu dia não se parece com a minha noite.
Isso explicaria à minha noite por que razão eu também tenho medo do dia.
Minha noite tem vontade de me vestir e me jogar para fora, para ir procurar o meu homem. Minha noite o espera. Meu corpo o espera.
Minha noite quer que você repouse no meu ombro e que eu repouse no seu.
Minha noite quer ser voyeur do seu gozo e do meu, ver você e me ver estremecer de prazer. Minha noite quer ver nossos olhares e ter nossos olhares cheios de desejo.
Minha noite é longa, muito longa.
Perde a cabeça, mas não pode afastar de mim a sua imagem, não pode fazer desaparecer o meu desejo.
Ela morre por saber que você não está aqui, e me mata.
Minha noite o procura sem cessar.
Meu corpo não consegue conceber que algumas ruas ou uma geografia qualquer nos separe.
Meu corpo gostaria de beijá-lo em seu sono... e, nessas trevas, ser despertado com os seus beijos.
Minha noite não conhece hoje sonho mais belo e mais cruel do que esse.
Minha noite grita e rasga os seus véus, minha noite se choca contra o próprio silêncio, mas meu corpo continua impossível de ser encontrado.
Você me faz tanta falta, tanta.
E suas palavras.
E sua cor.
Logo o dia vai raiar."

Carta de Frida Kahlo a Diego Rivera, Cidade do México, 1939.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Uma rua de palavras

Abriu a porta
e ali viu
a rua cheia de palavras
encostadas em árvores
descansando em bancos
nos dias de sol
Ali... era apenas abrir a porta
e se deixar contaminar de palavras
de braços
da dança que é o outro.

sábado, 8 de janeiro de 2011

UM LETREIRO SEM ROUPA DE POEMA

Eu tenho este momento.
Eu tenho flores em cores e sonhos em movimento.
Também a nuvem eu tenho
E minhas mãos empenho
a segurar aquela manga, o dia e o nada
uma deliciosa bobagem, dias parados, palavras cheias de fadas
ruídos sem sentido
Luas diurnas
umas aventuras
aquelas.
Bem sabes que tenho mais...
aqui no bolso, aqui no rosto, aqui no gozo, aqui em mim,
também em ti, muitas coisas, à nossa dialética
A rotina, bem como aquela menina, correndo dentro d´água.
E temos tudo, inclusive o que mais sonhamos, aquelas coisas distantes
são as estrelas, são nossas. E só.

ZHUBENEDICTY

Olás!  Como estão?!  😊😊😊😊😊😊😊😊😊😊😊😊😊😊😊😊 Eu estava navegando pelo mundo sem fronteiras e... Pumbaaaa!!!!,  achei uma coisa ...