domingo, 10 de abril de 2011

A SOCIEDADE COMO DRAMA

Do livro Perspectivas sociólogicas, trouxe uma resenha de um dos capítulos: A sociedade como drama.
Diferente do pensamento Russeauniano, Berger apresenta uma versão da vida do indivíduo, em que este já nasce dentro de um controle, de coordenadas e padrões estabelecidos. Jean Jacques Rousseau acreditava que o homem nascia livre, mas, por todos os lados encontrava-se acorrentado.
Concordo com Berger. Basta pensarmos numa sociedade de castas que fica muito bem ilustrado, que antes mesmo de nascer, o indivíduo já tem sua rota traçada. Filho de rei, vai ser pedinte?
Por outro lado, aqui no Brasil, podemos articular e negociar com o destino. De pedintes, podemos amanhecer presidentes, aqui o livre arbítrio é muito mais nosso  do que daqueles que nos precederam. Ainda bem! Do contrário, eu nem estaria aqui.


BERGER, Peter L. A perspectiva sociológica – a sociedade como drama. In: ___. Perspectivas sociológicas : uma visão humanística . 21. ed. -. Petrópolis: Vozes, 2000. 202 p. ISBN 8532605079 : (broch.). P. 137-. 166.
A “claustrofobia sociológica” apresenta dificuldade de proporcionar algum alívio ao indivíduo. O mistério é encontrado diariamente” e a “Liberdade não é imprevisibilidade”. Não é aquilo sem causa aparente. Pensar os fragmentos da realidade e usar o espectro científico, resulta em barbarismo intelectual – O autor enverga críticas aos cientistas americanos. O discernimento subjetivo não deve se sobrepor à racional interpretação científica. Conforme o texto, podemos co-definir a situação social em questão; colaborar com a manutenção de uma situação particular. “A existência marginal na sociedade, segundo Berger, é já um “indício” de que a coerção social não é, de todo, falível. Ou seja, e´ possível uma via desgarrada do claustro construído pela sociedade. “Construir-se pela pessoa” e não pelo que assevera a sociedade. O carisma é tratado como um exemplo dessa construção. Mas nada se pode desvincular completamente do passado, como a linguagem e o conhecimento adquirido. A arte e a religião são meios de se desnortear do controle social. Contudo, a primeira, como insere Berger, pode solicitar uma condição econômica favorável. Já a religião é um exílio, também, que promove um discurso contra o ancien regimen. Todavia, o autor alerta para a questão iminente do restabelecimento do que fora combatido. O novo sempre vem e diz que somos os mesmos, isso se ratifica quando readotamos o antigo regime. A sociologia industrial é o melhor cenário para a subversão; o antídoto para a depressão sociológica. Entre os possíveis “êxtases”, pontua-se o da alternação – em que o indivíduo muda de posição no sistema social. O Êxtase é mais provável em ambientes urbanos, na concepção do autor. A atuação pode se dá como de forma entusiasmada ou com má vontade. As máscaras do mundo sério ou lúdico não se diferem tanto. Isso é uma habilidade política. No fim, a sociedade tem um caráter lúdico, ou seja, da representação. Pressupondo o homem como ser livre, discute-se a visão de autores como Gehlen, o qual interpreta a figura das instituições como “meios de canalização da conduta humana”. Diferente dos animais, os humanos podem escolher. Agir de má fé ilustra o poder de escolha. Nesse contexto a má fé é vista como uma “sombra da liberdade”. Como Saber insere “estamos condenados à liberdade”. Sob o pensamento de Heidegger, Berger assinala que a sociedade aparece como uma defesa ao terror; um “mundo aprovado” para enfrentar o terror com calma. O “man”, desconhecido e indeterminado de Heidegger, nos deixa viver inautenticamente. Mas estar em êxtase é fugir, transcender; estender-se além sociedade, a sobrevivência, contudo, pode ser só uma possibilidade, pois, se na mata há lobos famintos, andar nela alheio ao medo pode ser bom e fatal; bom ou fatal, ou, apenas, fatal.

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